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RESULTADOS DO INQUÉRITO #3

A AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal desenvolveu um novo inquérito junto da sua base de Associados para aferir o impacto do contexto COVID-19 no período mais impactante do ano para o setor – a época natalícia.

Quase um ano depois deste setor ter sido afetado pela pandemia, a AORP divulga os resultados deste inquérito, em que 92% das empresas afirma ter a sua atividade afetada de forma extremamente grave, ou seja, com uma redução superior a 50% do seu volume de negócio.

Este é o terceiro estudo desenvolvido pela Associação no sentido de aferir o impacto efetivo e previsto nas empresas do setor da ourivesaria e relojoaria, ao qual respondeu uma amostra de 37 empresas, em que 48,6% corresponde a indústria, 21,6% a comércio a retalho, 24,3% comércio por grosso e 5,4% a outras atividades conexas.

Entre as principais consequências sentidas, as empresas enumeram um impacto negativo na procura (45,9%), problemas logísticos nas cadeias de fornecimento (45,9%) e consideram que as medidas de contenção anunciadas pelo Governo tiveram, também, um impacto muito negativo (54,1%).

Ao contrário dos resultados de inquéritos anteriores, 83,8% das empresas encontra-se agora em atividade, sendo que apenas 13,5% está em layoff parcial (contrastando com o estado das empresas no início de maio do ano passado, em que 60,3% se encontrava em layoff total).

A grande maioria (48,6%), acredita que as medidas de que beneficia atualmente para a situação de liquidez da empresa não estão a ter impacto, sendo que 32,4% considera ainda o acesso a estas difícil.

A adaptação da estrutura de recursos humanos a novas competências é uma das alterações mais apontadas pelas empresas inquiridas (35,1%), que pretendem estabilizar o seu quadro de pessoal (40,5%).

Já o investimento nos canais digitais foi uma das maiores apostas do setor na relação com os seus clientes (64,9%), ainda que a presença no online se mantenha tímida, representando este menos de 25% do volume de negócio global para 86,5% das empresas.

No terceiro trimestre de 2020, considerado um dos mais importantes para o setor devido à época natalícia, 51,4% das empresas sofreu uma redução inferior a 50% no seu volume de vendas, o que se deveu, sobretudo, às medidas de contenção anunciadas pelo Governo. Este é um valor que preocupa o setor, uma vez que 35,1% acredita que este último trimestre assume uma importância elevada para a resiliência do negócio das suas empresas, no atual contexto.

No que diz respeito às perspetivas para 2021, 67,6% das empresas sente um grau de preocupação muito elevado em relação ao agravamento das medidas de contenção da pandemia a implementar pelo Governo. 78,4% acredita que a redução de procura devido à crise económica será elevada e 43,2% que a evolução adversa da situação financeira da sua empresa também seguirá o mesmo caminho.

Contudo, 83,8% adianta que a atual liquidez permitirá às empresas serem sustentáveis financeiramente no 1º trimestre de 2021, correndo apenas um risco moderado de encerramento da sua atividade (37,8%).

O layoff simplificado, o incentivo extraordinário à normalização da atividade económica e a suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas são as medidas que as empresas consideram ser mais importantes para a recuperação económica em 2021.

O setor da ourivesaria portuguesa é composto por 4.300 empresas, representando um volume de negócio anual de 1.000 milhões de euros, dos quais 10% correspondem a exportação.

 


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07 · 01 · 2021